Conquista do Voto feminino

Dia da Conquista do Voto Feminino no Brasil

O Dia da Conquista do Voto Feminino no Brasil é celebrado em 24 de fevereiro para marcar a luta das mulheres pela igualdade política e social. Embora a constituição brasileira de 1891 tenha garantido o direito ao voto a todos os cidadãos, independentemente de gênero, as mulheres foram impedidas de votar até 1932.

A luta pelo voto feminino no Brasil começou no final do século XIX, quando grupos de mulheres começaram a se organizar para reivindicar seus direitos políticos e sociais. Essas mulheres eram lideradas por figuras notáveis como Bertha Lutz. Ainda assim, a luta foi difícil e encontrou muita resistência. 

Foi durante os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte de 1890-1891 que a possibilidade de liberação do voto feminino foi discutida pela primeira vez na política, junto com as propostas de modernização do país. Contudo a ideia sofreu com grande resistência: as mulheres não tinham o intelecto valorizado e deveriam se preocupar com as atividades domésticas.

— É assunto de que não cogito. O que afirmo é que minha mulher não irá votar — disse o senador Coelho e Campos (SE) em 1891.

Pintura retrata a promulgação da Constituição de 1891: no alto, as mulheres como meras espectadoras da política (imagem: Aurélio de Figueiredo/Museu da República)                                   Pintura retrata a promulgação da Constituição de 1891: no alto, as mulheres como meras espectadoras da política (imagem: Aurélio de Figueiredo/Museu da República)

A possibilidade do voto feminino era tida como uma ideia anárquica, que traria uma desordem social:

Resistência

Resistência da imprensa: charge de 1917 mostra que o voto feminino faria o homem e a mulher trocarem de papel na sociedade (imagem: O Malho/Biblioteca Nacional Digital

Foi somente em 1932 que o voto feminino finalmente foi concedido no Brasil, após anos de luta e pressão por parte das mulheres e de seus aliados. No entanto, o direito ao voto não significou imediatamente a igualdade política e social para as mulheres. Muitas mulheres ainda enfrentavam obstáculos para participar plenamente da vida política do país, incluindo discriminação econômica e social. Ademais, foi concedido como ação facultativa — ao contrário do voto masculino, obrigatório, percebe-se, então, que o Estado não interferiu no poder do homem dentro de casa. A mulher dependia da aprovação do marido para sair de casa e ir votar, mesmo que fosse legal. A igualdade política veio em 1965, quando o voto feminino passou a ser um dever do cidadão, independentemente do sexo.

 

Mulher vota       Mulher vota nas eleições presidenciais de 1955 no Rio de Janeiro (foto: Arquivo Nacional)

 

Apesar dos desafios, a conquista do voto feminino no Brasil foi um momento histórico e marcante na luta pelos direitos das mulheres. É importante lembrar dessas lideranças corajosas e de sua luta por igualdade, e continuar a trabalhar para alcançar a verdadeira igualdade de gênero. É hora de continuarmos a lutar pela igualdade e pelos direitos das mulheres, e de celebrar a conquista do voto feminino como um passo importante nessa jornada.

 

A historiadora Teresa Cristina de Novaes Marques, doutora pela UnB, tem um livro sobre o voto feminino no Brasil, confira:

https://www.camara.leg.br/midias/file/2020/11/voto-feminino-brasil-2ed-marques.pdf

 

 

Fontes:

https://www2.camara.leg.br/a-camara/estruturaadm/secretarias/secretaria-da-mulher/24-de-fevereiro-dia-da-conquista-do-voto-feminino-no-brasil

https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/para-criticos-do-voto-feminino-mulher-nao-tinha-intelecto-e-deveria-ficar-restrita-ao-lar

 

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