Dia internacional de combate à LGBTFOBIA
Pelo direito de Ser, Amar e Viver
Você sabia que, até 17 de maio de 1990, indivíduos que se relacionavam com pessoas do mesmo gênero faziam parte da classificação internacional de doenças (CID)? Pois é! A exclusão da homossexualidade dessa classificação foi feita pela Organização Mundial da Saúde, depois de muitas reinvindicações do movimento social LGBTI+ e instituições compromissadas com a dignidade da pessoa humana. Inclusive, nessa mesma data, a palavra “homossexualismo” foi readequada, pois o sufixo “ismo” remete a doença, utilizando-se atualmente o termo “homossexualidade”, enquanto forma de vivência da sexualidade.
A data é usada internacionalmente como marco da luta contínua no combate à LGBTfobia. Afinal, apesar de todas as conquistas ao longo dos anos, a comunidade LGBTI+ ainda empenha-se em conquistar maior representatividade, perspectiva e direitos. Ainda hoje, indivíduos LGBTI+ em alguns países não podem casar ou adotar legalmente, e em outros, ser homossexual resulta em pena de morte. Outro marco fundamental no combate à LGBTIfobia é a criminalização da homofobia pelo STF a partir da ADO 26 - Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão nº 26, que equiparou a LGBTIfobia ao crime de racismo, nos moldes da Lei 7.716/1989. Apesar de tal conquista no Judiciário brasileiro em 2019, sendo recente, ainda nos deparamos com desconhecimento e desinformação acerca do tema.
Há muito o que se avançar no país e no mundo, e todos os atores da sociedade que lutam pela equidade, incluindo a universidade, seguem no compromisso diário de pautas suas ações e projetos em prol do combate à LGBTIfobia.
17 de maio - Pelo direito de amar, ser e viver!
OPINIÃO...
A discente Yordanna Lara Pereira Rego escreveu sua dissertação com o título “Combinamos de não morrer: transfobia, racismo e resistência à necropolítica entre pessoas trans negras em Goiás":
"Esta dissertação problematiza antropologicamente a intersecção entre racismo e transfobia a partir de narrativas de vida de pessoas negras transexuais e travestis residentes em Goiás. Traz, como objetivo, interpretar relações entre o racismo e a transfobia como técnicas de governabilidade dos corpos e das existências trans negras. Para compreender os entrecruzamentos de eixos, a interseccionalidade é a principal ferramenta teórico/metodológica utilizada, pois, além de propor ampliação nas possibilidades de diálogos entre diversas áreas do conhecimento, possibilita um debate para além da hierarquização de opressões, buscando captar e analisar as singularidades que se estabelecem em cada experiência narrada. Nesse sentido, lança mão do conceito de necropolítica, uma vez que as narrativas estudadas permitem questionar acerca do lugar do Estado na produção e reprodução de violências inscritas em seus corpos e das dificuldades que enfrentam para acessar
algumas políticas públicas. Em especial, as que se referem ao nome social e/ou retificação de registro civil, uma vez que a busca pelo reconhecimento de seus nomes, significa também, para as pessoas interlocutoras, o reconhecimento de suas identidades de gênero. Por fim, o texto visa destacar a potência desestabilizadora das resistências estabelecidas por essas pessoas diante de processos sociais e culturais".
algumas políticas públicas. Em especial, as que se referem ao nome social e/ou retificação de registro civil, uma vez que a busca pelo reconhecimento de seus nomes, significa também, para as pessoas interlocutoras, o reconhecimento de suas identidades de gênero. Por fim, o texto visa destacar a potência desestabilizadora das resistências estabelecidas por essas pessoas diante de processos sociais e culturais".
Para acessar a dissertação na íntegra clique aqui.
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