Grupo Flores Velhas

O Grupo Florescer celebra a Cultura do Batuque e a resistência do Quilombo Flores Velha

O Grupo Florescer, dedicado à celebração da cultura do Batuque Flores, destaca as tradições ancestrais de resistência no Quilombo Flores Velha.

O quilombo Flores Velha existe desde 1653 às margens do rio Paranã, e suas manifestações culturais refletem uma rica mistura de influências históricas, tanto ancestrais quanto de quilombos vizinhos. Nos festejos locais e nos cantos próprios da comunidade quilombola, essas influências são perceptivelmente evidenciadas.

Florescer Batuque

Originado nas senzalas, o batuque sempre foi um grito de resistência para os/as escravizados/as, que aproveitavam o pouco tempo de descanso para oferecer suas batidas aos santos, mesmo proibidos de praticar abertamente sua fé. Cada santo era batizado com nomes e significados específicos dentro da sua própria linguagem espiritual. Assim, o batuque no Quilombo Flores Velha não apenas expressa alegria, mas também conecta seus praticantes com a vida e a ancestralidade, sendo um símbolo de resistência diante do preconceito enfrentado pelas comunidades afrodescendentes.

O Grupo Florescer surgiu da necessidade de divulgar e celebrar a cultura do Batuque Flores para diversos públicos. Além de apresentações culturais, o movimento também visa homenagear os ancestrais que legaram essa tradição. A Secretaria de Inclusão da Universidade Federal de Goiás (UFG) desempenhou um papel essencial na fundação do grupo, proporcionando a oportunidade para valorizar essa manifestação cultural e promover a inclusão.

O grupo é composto pelos/as discentes quilombolas Hendyel Júnior Pereira, Lais Layla Ferreira, João Pedro Ferreira, ingressantes pelo Programa UFGInclui. Além de contar com a componente Vicktoria Jenner Ferreira, integrante da comunidade. Em 2024, o grupo passa a fazer parte do Projeto de Extensão Inclusão e Acolhimento - Ações Afirmativas.

julho das pretas II

As apresentações do Grupo Florescer não apenas geram visibilidade e reconhecimento, mas também trazem alegria e esperança aos integrantes, fortalecendo a perspectiva de um futuro mais acolhedor e inclusivo. Este compromisso com a cultura e a ancestralidade destaca a importância de iniciativas que valorizam a diversidade e respeitam as raízes culturais das diferentes comunidades.

Hendyel Júnior Pereira um dos componentes do grupo afirma: “o batuque representa uma conexão profunda com nossas raízes e uma expressão autêntica da nossa identidade. Quando nos entregamos aos ritmos intensos e vibrantes do batuque, sentimos uma liberdade indescritível”. Já para Lais Layla Ferreira cantora e dançaria no Grupo Florescer: “cada batida do tambor ressoa dentro de nós, guiando nossos movimentos de forma espontânea e sincera. No batuque, não há regras rígidas a serem seguidas; há apenas a necessidade de nos conectar com a música e deixar que ela conduza nossa dança”.

 

Grupo Florescer

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